Em 2021, peguei a câmera e virei ela para mim. Sozinha no estúdio, sem produção, sem grandes intenções; só com a vontade de me colocar no lugar das minhas clientes.
Mal sabia eu que aquele era só o começo de uma jornada de reconexão com o meu próprio corpo e minha idade, depois de anos de autocrítica e cobranças silenciosas.

O autorretrato como prática de presença
Fazer autorretratos me ensinou a parar e me olhar com expectativas reais. A observar meu rosto, meus gestos, minha pele, não com tanto julgamento, mas com curiosidade e cuidado.
Tem uma coisa na fotografia que é diferente do espelho. Talvez por ser estática e revelar mais. Talvez por podermos compartilhar e receber carinho de volta. Seja como for, depois de anos fotografando mulheres e me fotografando, entendo claramente o poder de se ver bonita em fotos.
Com meus autorretratos fui aos poucos percebendo que aquele corpo ali era meu abrigo, que sim, merecia muitos cuidados, que envelhece por estar vivo e funcionando e, por fim, deve ser olhado com muito amor, orgulho e gentileza.

O olhar com generosidade muda tudo
Quando passamos a nos olhar com generosidade algo muda. Nesses muitos anos como fotógrafa entendi também que a autoconfiança não está ligada a um corpo dentro de padrões de beleza, sucesso profissional, nem nada disso... Existem mulheres com corpos "perfeitos" que chegam no estúdio cheias de medos e outras com corpos "não tão esculpidos" cheias de confiança e brilho. Essa presença, esse estado de espírito vêm de dentro, não de fora.
E foi assim que o autorretrato se transformou em um exercício de autoconhecimento e também uma forma de incentivar minhas clientes a se permitirem. Faço no estúdio, em casa com o meu celular, na praia, quando estou praticando esportes... me fotografo muito.

Eu hoje me olho com muito conforto. Não quero parar de envelhecer, mas sim envelhecer com saúde e aproveitar o corpo que tenho hoje em toda sua plenitude. Reconheço beleza em minhas expressões, força nas marcas do tempo e doçura nos gestos mais vulneráveis.
Você pode começar com o que tem
Para começar, você não precisa de câmera profissional, nem de cenário perfeito.
Um celular, um espelho, um cantinho da casa com boa luz e a coragem de se colocar diante da lente já são o suficiente.
O mais importante é a disposição de se ver com mais verdade, carinho e generosidade: não como você acha que os outros esperam que você seja... mas com orgulho de ser quem você é.

Minha maior descoberta
O autorretrato me devolveu o prazer de estar comigo mesma, de vestir a roupa que eu quiser e, especialmente, me ensinou a deixar de ligar para o que (eu acho) que os outros vão pensar.
Hoje eu me vejo bonita sem depender de validação externa. Entendo que uma imagem não precisa ser perfeita para ser potente e que, na verdade, o perfeito não existe e, quando existe, costuma ser triste.
Se você nunca tentou, talvez esse seja o convite que faltava.
Olhe para você mesma com mais carinho. Registre o que vê e perceba o quanto você é incrível!

Quer viver essa experiência de forma guiada?
Me chama por aqui ;) Também ofereço ensaios autorais no estúdio, com direção e cuidado, para você se enxergar com mais amor e menos exigência.