"Vou fotografar para não esquecer." Essa frase simples, que ouvi durante um passeio de bicicleta até a Mesa do Imperador, me fez refletir sobre o nosso relacionamento com a fotografia nos dias de hoje. Com o celular sempre à mão, registramos momentos quase de forma automática, mas será que estamos realmente preservando essas memórias?
No tempo da fotografia analógica, as fotos eram escassas, porém preciosas e vistas e revistas muitas vezes. O rolo de filme nos limitava a um número específico de cliques e, ao revelar e imprimir as imagens, elas se tornavam memórias palpáveis.
Hoje, com o avanço da fotografia digital e a onipresença dos celulares, fotografamos tudo. O número de fotos que tiramos cresceu exponencialmente, mas, ao mesmo tempo, elas se perdem em um mar de arquivos digitais. Imagens ficam perdidas entre capturas de tela, memes e fotos sem grande significado. O que era para ser uma forma de lembrar se torna quase um esquecimento, já que raramente revisitamos essas memórias.
O que sinto é que com a fotografia digital, perdemos um pouco da conexão emocional com a imagem. Já no tempo da fotografia analógicas, por sua própria limitação, as imagens carregavam uma intenção deliberada. Quando você tirava uma foto com um filme, era quase como dizer: "Esse momento importa."
Quando foi a última vez que você parou para rever as fotos antigas que tirou? Que tal começar a dar mais importância para a história que elas contam e selecionar suas favoritas para colocar em um álbum?